Realese
O lançamento do Cd "CéU" (2005), marca o início da promissora carreira solo de uma jovem cantora e compositora brasileira de 24 anos: Maria do Céu.
Dotada de seu próprio universo, em um primeiro momento talvez seja difícil definí- la musicalmente, porém ao final da audição tudo se encaixa e se define. A partir daí, será facil reconhecê- la.
A primeira surpresa é sua voz aveludada e encantadora, véu poético na contra- mão dos formatos habituais da música brasileira. Ao mesmo tempo intimista e marcante, sua música passa a
tranquilidade contagiante dos primeiros raios de sol depois da tempestade.
Esta jovem compositora e intérprete está no ponto de encontro das músicas urbanas atuais com da tradição afro- brasileira. Um lugar privilegiado, onde o hip hop, o jazz e a música brasileira se encontram, onde as sonoridades eletrônicas se transformam simplesmente em ritmos regionais.
Surpreendente CéU. Personagem discreta, madura, audaciosa, reservada e convicta de seu caminho musical. Esta artista de alma livre revela nas suas primeiras gravações toda a intensidade do seu talento refinado de compositora e intérprete que a levarão com certeza ao sucesso.
A composição "Lenda" ,por exemplo, é uma expressão de delicadeza. A música é reduzida aos seus elementos fundamentais: voz, melodia e o arranjo instrumental minucioso.
Esta "lady" da canção faz o tempo parar. Uma voz divina e um fraseado gracioso que poderia ser comparada às divas do jazz, referência que ela rejeita por excesso de pudor.
Sensivelmente bem servida pela produção complexa e minimalista de Beto Villares, responsável pela roupagem moderna eletroacústica do disco. Beto tratou os elementos com extrema elegância e simplicidade, indo direto ao essencial.
O resultado é um disco limpo, refinado, com equilíbrio perfeito entre a textura eletrônica e as sonoridades tradicionais brasileiras. Percebe-se em cada uma das faixas do álbum as melodias inspiradas, onde o tempo às vezes é dado por uma instrumentação isolada, ou por um “groove” preguiçoso de ritmos programados. As misturas de influências são desconcertantes, o que era de se esperar, sabendo que os nomes de Beto e Céu circulam no underground paulistano como dois dos principais representantes da nova geração de músicos.
Com este primeiro disco, Céu se inscreve definitivamente na linha dos artistas responsáveis pelas novas páginas da história da música brasileira.
1. Vinheta Quebrante
2. Lenda
3. Malemolencia
4. Roda
5. Rainha
6. 10 Contados
7. Vinheta Dorival
8. Mais Um Lamento
9. Concrete Jungle
10. Veu Da Noite
11. Valsa Pra Biu Roque
12. Ave Cruz
13. O Ronco Da Cuica
14. Bobagem
15. Samba Na Sola
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